terça-feira, 18 de outubro de 2011

Conselho Federal de Medicina entra na Justiça contra proibição da venda de anorexígenos

Qui, 13 de O

Qui, 13 de Outubro de 2011 18:11
O Conselho Federal de Medicina (CFM) deu entrada na Justiça Federal, na tarde desta quinta-feira (13),
com Ação Civil Pública contra a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de
proibir a venda de algumas substâncias usadas no tratamento da obesidade (anfepramona, femproporex
e mazindol).

O CFM defende o uso dessas fórmulas como auxiliares no tratamento de pacientes e pede o
fortalecimento de mecanismos de controle de seu uso, sempre sob supervisão de médico qualificado
na prescrição e na supervisão de cada tratamento.

Na argumentação do CFM consta que o uso indevido de medicamentos é uma questão que está
ligada ao controle e à fiscalização de sua prescrição, “não diz respeito especificamente aos
medicamentos anorexígenos em si”.

Segundo o 1º secretário da entidade e seu representante junto à Anvisa, Desiré Callegari, a
proibição da venda destes remédios prejudica pacientes e médicos. “Não é possível
deixar parte da população desassistida e limitar a autonomia do paciente. Somos favoráveis
ao fortalecimento de mecanismos de controle de comercialização e da adoção de ações educativas
em larga escala para disciplinar seu uso”.

Com a decisão da Anvisa, os remédios com anfetamina não podem mais ser prescritos pelos
médicos, nem fabricados no país, e os atuais registros serão cancelados. As farmácias e
drogarias terão dois meses para retirá-los das prateleiras.

Seguem alguns argumentos da Ação Civil Pública da entidade:

- A Nota Técnica utilizada pela Anvisa para fundamentar a edição da
norma combatida foi expressamente rebatida pontualmente, sendo demonstrada
toda sua inconsistência e sua inadequação, não podendo servir de fundamento para a edição
da norma combatida;

- A Anvisa quer tutelar uma matéria sem qualquer fundamento técnico, cerceando
direitos dos pacientes e autonomia dos médicos de utilização de medicamentos eficazes,
conforme histórico de 30 anos;

- O CFM está fazendo sua parte na fiscalização da conduta de médicos que prescrevem
medicamentos anorexígenos sem observar os critérios técnicos e éticos;

- A autonomia do médico, na prescrição de medicamentos, e do paciente, no livre
acesso aos mesmos, estará fulminada já que a prescrição médica é prova
suficiente para comprovar a necessidade/utilidade do tratamento que se pleiteia


terça-feira, 4 de outubro de 2011

A DECISÃO DA ANVISA

A ANVISA acabou de proibir a comercialização do FEMPROPOREX, da ANFEPRAMONA e do MAZINDOL, mas liberou por mais incrível que possa nos parecer o uso da SIBUTRAMINA,medicação esta que entre outras coisas, aumenta de um modo absurdo a pressão arterial, provoca isquemia cerebral, não reduz o apetite e esta proibido nos EUA e na EUROPA.
Esses são os remédios mais utilizados para a perda de peso:

 

Substâncias
Mecanismo
de ação
Dose
(mg/dia)
Efeitos
adversos
Catecolaminérgicos
Femproporex
(Desobesi M)    
reduz ingesta
20-40
boca seca, insônia, taquicardia e ansiedade
Anfepramona
(Dualid Hipofagin)
reduz ingesta
40-75
Idem ao femproporex
Mazindol
(Dasten )
reduz ingesta
1-3
Idem ao femproporex
Serotoninérgicos 
Fluoxetina
(Eufor, Daforin, Prozac, Fluxene)
reduz compulsão
melhora dos sintomas depressivos     
20-60
Cefaléia, insônia ou sonolência, redução da libido
 Sertralina
(Zoloft)
reduz compulsão
reduz melhora dos sintomas depressivos     
50-150
Idem a fluoxetina
Serotoninérgicos e noradrenérgicos
 Sibutramina
(Reductil, Plenty)          
aumenta saciedade e atividade termogênica   
10-20
Boca seca, constipação intestinal e eventualmente aumento da pressão arterial e taquicardia. 

Inibidores da lipase
 Orlistat
(Xenical)
reduz absorção da gordura       
240-360
Flatulência , incontinência,urgência fecal,  diarréia. Má absorção de vitaminas? lipossolúveis ?

   

Os remédios mais usados atualmente em tratamento para emagrecer podem agir de 3 diferentes maneiras: inibindo o apetite (anorexígenos), estimulando a saciedade ou bloqueando a absorção intestinal de gorduras.
O primeiro grupo são os que inibem o apetite, chamados anorexígenos, são substâncias já usadas por várias décadas, antigamente conhecidos como “anfetaminas”. O inconveniente deste grupo é o risco de dependência, apesar de ser relativamente rara quando utilizados adequadamente.
O segundo grupo, dos sacietógenos, reúne os medicamentos que têm como principal mecanismo de ação o estímulo da sensação de saciedade. Com os estimulantes da saciedade, a pessoa sente fome, mas, com uma menor quantidade de alimentos já fica satisfeita, parando de comer mais cedo. O principal medicamento deste grupo é a sibutramina. Outros possíveis sacietógenos são medicamentos utilizados como anti-depressivos, como a fluoxetina e a sertralina. Estes podem ser úteis em algumas situações, como na obesidade associada à depressão ou à compulsão alimentar. 
O terceiro grupo é o dos inibidores da absorção de gordura, representados apenas pelo Orlistat. Sua ação consiste na inibição da absorção intestinal de cerca de 30% da gordura ingerida. Isto pode representar uma ajuda significativa se a pessoa conseguir controlar sua alimentação. Se comer demais, entretanto, a tendência é que não perca peso, porque os 30% de gorduras que deixam de ser absorvidos podem não representar uma deficiência calórica suficiente para levar ao emagrecimento.
Só ficam como opções a Sibutramina e o Orlistat ( este ultimo excelente mas muito caro para ser usado na maioria da população.
A obesidade hoje é considerada uma doença que esta atingindo ate o momento cerca de 70% da população brasileira, e como tratá-los se a ANVISA determinou que a medicação mais acessível, mais barata vai ser retirada do mercado...
 O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA e SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA repudiaram esta decisão e vão apelar junto ao MP.